Recebi um e-mail do Andre, com as duas capas da cobertura do panfleto partidário travestido de revista de respeito.
A primeira capa se trata dos constantes alagamentos na cidade de São Paulo, governada pelo Demo Gilberto Kassab.
Em São Paulo sempre choveu muito. Não é de hoje que o apelido é TERRA DA GAROA.
A revista culpa a chuva pelas enchentes e alagamentos. Porém, um olhar mais atento sobre a administração demo-tucana na capital paulistana, demonstra que a culpa foi do corte no orçamentário de combate à enchentes. Houve também redução nos gastos com limpeza pública, o que levou a mídia a chamar os habitantes da sofrida metrópole de porcos. Já o orçamento para publicidade aumentou às vésperas da eleição, chegando a ser de quase três vezes mais do que a destinada ao combate às enchentes.
Aqui a confirmação do descaso demo-tucano:
SP: Serra corta verbas para enchentes e Kassab reduz orçamento de saúde e transporte
Prioridades de Serra e Kassab geram críticas da oposição. Verbas para publicidade crescem na gestão estadual e municipal.
Créditos: Suzana Vier, Rede Brasil Atual
Agora a vamos ao Rio de Janeiro.
Aqui a revista panfletária culpa os políticos pela tragédia. Não que a culpa não seja da administração carioca, mas parece que a revista nutre um certo ódio pela cidade e pelo governador, visto frequentemente na companhia de D. Inácio I.
A revista afirma que culpar a chuva é demagogia. E é mesmo. Assim como culpar a chuva pelas tragédias paulistanas também é demagogia.
Aliás, no Rio, os desabrigados já estão sendo contemplados pelo programa Minha Casa Minha Vida. E em São Paulo??? O que a Veja diz sobre isso? Nada.
Termino com um raciocínio do Andre.
A Veja é uma revista que tem a capacidade de produzir duas capas contraditórias e veiculá-las como verdadeiras. Tal capacidade parece com um fenômeno que Orwell descreveu da seguinte forma (substituindo o Partido pela Veja… fica perfeito):
Saber e não saber, ter consciência de completa veracidade ao exprimir mentiras cuidadosamente arquitetadas, defender simultaneamente duas opiniões opostas, sabendo-as contraditórias e ainda assim acreditando em ambas; usar a lógica contra a lógica, repudiar a moralidade em nome da moralidade, crer na impossibilidade da Democracia e que a Veja (o Partido) era a guardiã da Democracia; esquecer tudo quanto fosse necessário esquecer, trazê-lo à memória prontamente no momento preciso, e depois torná-lo a esquecer; e acima de tudo, aplicar o próprio processo ao processo. Essa era a sutileza derradeira: induzir conscientemente a inconsciência, e então, tornar-se inconsciente do ato de hipnose que se acabava de realizar. Até para compreender a palavra “duplipensar” era necessário usar o duplipensar.
Pobre Veja. Tão perto da elite paulistana, tão longe da verdade.