O Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo. Em 2010 foram mais de um bilhão de litros, segundo Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola. Um negócio totalmente dominado por grandes companhias internacionais como a Monsanto e a Chemical Brothers, envolvendo um mercado bilionário.
Porém, existem outros aspectos a serem abordados. Este assunto envolve a discussão de um novo modelo do agronegócio, segurança alimentar e a defesa do meio ambiente.
Começaremos pela defesa do meio ambiente.
Primeiramente, o uso de agrotóxicos vem sendo feito de maneira irresponsável, segundo pesquisas do médico Wanderlei Pignati. A legislação brasileira está claramente à serviço das produtoras de agrotóxicos. Aqui no Brasil se permite usar produtos já condenados e proibidos em outras regiões do mundo, como o Paraquat e o Endossulfam (proibidos há mais de 20 anos na Europa). Esta permissividade tem como consequência a contaminação do solo, do ar e da água.
Há cinco anos atrás, em Lucas do Rio Verde, ocorreu um acidente, que nos dá uma idéia da irresponsabilidade e do descaso do governo e dos produtores rurais em relação ao tema.
Um avião pulverizava uma plantação quando uma mudança na direção do vento levou a nuvem de agrotóxicos para a cidade. "Uma nuvem foi para dentro da cidade e queimou todas as plantas medicinais. Tinha um horto de plantas medicinais com mais de 100 canteiros que abastecia várias cidades. Foram queimadas as hortaliças e plantas ornamentais da cidade também. Deu um surto agudo de vômito, diarréia e alergia de pele em crianças e idosos". Relatou Pignati
Resultado: 40% da população contaminada por Endossulfam e 100% contaminados com agrotóxicos diversos que podem causar câncer, distúrbios psicológicos, alergias, além de atacar o sitema nervoso.
Aqui a legislação não tem acompanhado o resultados das pesquisas da comunidade cintífica. Ao invés disso, se adapta aos interesses das multinacionais que comandam o setor petroquímico. Ou seja: O mesmo grupo que fabrica as sementes transgênicas, fornece os fertilizantes, os agrotóxicos e ainda fabrica os remédios para as populações contaminadas. Um ciclo sinistro.
Pesquisas mostraram que 100% (isso mesmo) das mães em Lucas do Rio Verde contaminam seus filhos durante a amamentação com pesados agrotóxicos.
Aqui entrevista de Wander Pignati, pesquisador da FIOCRUZ, dizendo que o gverno gasta mais para atestar a qualidade da carne bovina e da soja do que com a saúde da população contaminada.
Aqui Raquel Rigotto, pesquisadora da Universidade Federal do Ceará, falando sobre a contaminação do meio ambiente e dos seres humanos.
Se nada for feito em relação a ese quadro, estima-se que o agronegócio, tal como se apresenta ,levará o Brasil a ser um país de meio ambiente e pessoas contaminadas, enquanto os empresários do setor irão auferir lucros altíssimos pelo tempo em que a natureza suportar tal contaminação. E grande parte deste lucro pertencerá as grandes empresas petroquimicas internacionais.
No próximo post a defesa de um novo modelo de agronegócio.