No edital de ontem (20/Jan/10) do Jornal Itajubá Notícia, mais um triste exemplo do preconceito que alguns desinformados nutrem pelo pobre Haiti. Pior é que não conhecem a História do pobre país produtor de cana de açucar, localizado no caribe.
O Haiti foi o primeiro país do mundo a abolir a escravidão, em 1794, devido à forte influência francesa na ilha.
O Haiti foi um dos primeiro países a se tornar independente dos invasores europeus sob o comando do general François-Dominique Toussaint Louverture, em 1801. Para se verem livre da exploração e da opressão empreendida pelos brancos, os escravos mataram os brancos e se tornaram independentes.
Como forma de retaliação, o Haiti sofreu embargo econômico de estadunidenses e europeus por 60 anos. Neste intervalo de tempo o Presidente haitiano Jean-Pierre Boyer foi obrigado, sob a ameaça de uma nova invasão, a assinar um documento comprometendo o Haiti a pagar uma grande indenização aos franceses. A economia haitiana numca mais se recuperou.
Da segunda metade do século XIX ao começo do século XX, 20 governantes sucederam-se no poder. Desses, 16 foram depostos ou assassinados.
Entre 1915 e 1934 , os EUA invadiram o Haiti para defender os interesses norte-amerianos na iha.O Haiti produz açúcar, cacau e café.
François Duvalier, apoiado pelos yanques, foi eleito Presidente em 1957. Papa Doc, como era chamado, instituiu um regime autoritário, perseguindo opositores e atacando a Igreja Católica. Em 1971 foi substituído por seu filho, Jean-Claude Duvalier, também chamado de Baby Doc. Este enfrentara problemas e se refugiou na França. Alguns Generais seguiram se revezando no comando do país entre golpes e convulsões sociais.
Em 1990 Jean-Bertrand Aristide, padre adepto à teologia da lbertação vence as eleições. Um ano depois Aristide é deposto por um golpe de Estado liderado por Raul Cedras.
Devido ao caos, muitos haitianos começaram a fugir para os EUA. Para conter o êxodo, os norte-amerianos reimpossam Aristide em 1994.
Aristide permanece até 2004, quando a oposição exige sua saída. Militares norte-americanos o tiram do poder. O Presidente da Suprema Corte assume e requisita intervenção imediata da ONU para a transição ao regime democrático. O Conselho de Segurança da ONU aprova o envio de uma Força Multinacional Interina, liderada pelo Brasil, da qual faziam parte também, Argentina, Benin, Bolívia, Canadá, Chade, Chile,Croácia, França, Jordânia, Nepal, Paraguai, Peru, Portugal, Turquia e Uruguai.
Este sim é o retrado do Haiti. Não um país de incapazes, mas sim, um país que sofreu muito e ainda sofre com com a cobiça de países imperialistas sobre as suas riquezas, além do preconceito de alguns ignorantes desinformados.
O Haiti paga e ainda vai pagar por muito tempo a ousadia de tentar se tornar um país livre dos interesses imperialistas.
O Haiti não precisa de mais tropas. Precisa de paz e desenvolvimento.
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